Como agregar caminhão em empresas?
Agregar caminhão a uma empresa é uma forma inteligente de empreendedorismo no Brasil através da parceria do dono do caminhão e/ou do caminhoneiro com uma empresa do ramo de transportes. Ao agregar o caminhão a uma empresa, o caminhoneiro dividirá custos, riscos, e lucros, mas expandirá também os seus possíveis clientes ao redor do Brasil.
Por que agregar caminhão em empresas?
Ao agregar um caminhão em uma empresa, o caminhoneiro estará compartilhando riscos com esta empresa. O que isso significa? Significa que custos de viagem, tais como combustível, pedágio, e até a manutenção do caminhão serão cobertos pela empresa ou divididos entre a empresa e o caminhoneiro. Ao mesmo tempo, a empresa estará procurando novos clientes para novos fretes e portanto, buscando expandir o lucro por viagem realizada. Agregar o caminhão também ajuda a evitar que viagens de retorno, muitas vezes vazias, aconteçam, reduzindo os prejuízos com combustível.
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Isso tudo sem contar que muitas das empresas (lembrando que não são todas) que agregam caminhões ainda pagam benefícios fixos aos agregados, como vale alimentação, participação nos lucros, entre outros benefícios trabalhistas, como 13º salário, FGTS, e muitos outros.
Para as empresas, a grande vantagem é a redução dos custos, pois como o caminhão não é de propriedade delas, não envolve custos de depreciação, nem de compra, e nem de manutenção. Apesar disso, as empresas que agregam caminhões contribuem para a manutenção, na maioria das vezes. Imagine a situação: o caminhão quebra em um período que você está praticamente sem fretes para fazer. De onde sairá o dinheiro? A empresa pode ser uma parceira nesse momento, mesmo que seja na parceria em uma linha de crédito para a manutenção do veículo.
Como é o pagamento em empresa com caminhão agregado?
O agregado pode receber um valor fixo mensal, um valor fixo por frete, ou uma porcentagem por cada frete realizado. Esses são os contratos mais comuns, apesar de poder existir algum tipo de acordo diferente, fora desses três tipos de acordo.
E os benefícios oferecidos pelas empresas que agregam o caminhão?
O mínimo é a divisão dos custos do frete, incluindo pedágio e combustível. Nossa recomendação de benefício básico a ser exigido é que a empresa que agrega o caminhão pelo menos assine a carteira de trabalho e ofereça um vale alimentação. Afinal, quem vai ter que arcar com o caminhão desvalorizando até ser necessário comprar um novo não é a empresa, mas você.
Como começar como motorista de caminhão agregado a empresa: documentação e exigências
Para ser um motorista agregado, não basta apenas ter um caminhão novo em folha ou em boas condições de conservação. As empresas tem feito cada vez mais exigências tanto quanto ao estado do caminhão quanto á situação documental do motorista. As exigências e verificações são as seguintes:
- Documentação do motorista: CNH, CPF, comprovante de residência, carteira de trabalho, Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC), conta bancária
- Documentação da empresa do motorista (caso seja proprietário ou funcionário de empresa menor): CNPJ, Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Cargas (RNTRC). Em alguns casos, pode ser solicitado certidões da Receita Federal, comprovando a situação regular da empresa.
- Documentação do caminhão: CRLV, IPVA, DPVAT. Algumas empresas podem solicitar uma inspeção ou revisão do caminhão antes de agregá-lo, e documento com certificado de vistoria. Veículos com mais de 10 anos de fabricação raramente são agregados a empresas.
- Rastreador GPS: a maioria das empresas que agregam caminhão exigem rastreador no veículo
- Seguro: pode ser exigido seguro veicular de cobertura contra acidentes, roubo, e contra danos a terceiros, apesar de algumas empresas pagarem ou dividirem o valor do seguro com os caminhoneiros.
- Nome limpo: algumas empresas não aceitam agregar motoristas que tem nome sujo na praça.
- Situação criminal: empresas podem exigir do dono do caminhão uma certidão que comprove que ele não tem passagem pela polícia.
- Exames médicos: para comprovar que o motorista/dono do caminhão não possui problemas de saúde antes de começar a trabalhar com a empresa.
- Pontuação na carteira: cada vez mais exigentes, as empresas tem sido mais severas em não aceitar motoristas que cometeram certas infrações nos últimos meses.
- Cursos e certificações na área: principalmente para o o transporte de cargas delicadas, as empresas que agregam caminhões exigem a qualificação de seus motoristas. Assim que você começar na carreira de caminhoneiro, é bom planejar para continuar estudando e se qualificando, para poder ganhar mais e ter mais diferencial no mercado. Áreas que exigem certificação, por lei, são o transporte de produtos perigosos (MOPP), transporte de cargas indivisíveis, transporte de emergência, transporte coletivo de passageiros, e o transporte escolar. Vários cursos a distância e presenciais podem te ajudar a obter certificações, inclusive no mais essencial curso que é o de direção defensiva.
Empresas para agregar caminhão: como encontrar?
Com toda documentação em dia e o caminhão em bom estado de conservação, é bom começar o trabalho para encontrar uma boa empresa para agregar seu caminhão. Comece conversando com outros caminhoneiros sobre empresas que agregam caminhões, os benefícios pagos, as vantagens e desvantagens. Pesquise também na internet, pois há muitas empresas pequenas que agregam caminhões e oferecem grandes vantagens aos caminhoneiros, como a não necessidade de exclusividade para a transportadora, por exemplo.
Feita a pesquisa, você precisa se apresentar como se fosse para uma entrevista de emprego. É preparar um bom currículo, com todos os cursos e sua experiência, enviar para todas as empresas, e presas por uma boa aparência com a barba sempre bem feita, os cabelos cortados, roupa esporte fino para a entrevista. É manter a calma e se comunicar muto bem com a empresa, antes, durante, e depois de ter seu caminhão agregado.
Lembre-se: tão importante quanto agregar seu caminhão com uma empresa é manter uma relação de confiança com ela, e criar laços que vão persistir por muito mais tempo.
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Sobre o autor
O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.
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