Carro FLEX não reconhece combustível? O que fazer?
Quando você troca o combustível de um motor flex de gasolina para álcool ou vice versa, o motor passa por um “aprendizado”. Isso é processo relativamente simples. Basicamente, o aprendizado consiste nos sensores e sistemas eletrônicos do motor detectando qual a mistura de combustível que está no tanque e então adaptando a quantidade de combustível que vai para a câmara de combustão, o tempo de ignição da vela, e todos os outros componentes essenciais para queimar o combustível da forma ideal para o funcionamento do motor e para economia de combustível. Porém, nem sempre esse sistema funciona.
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Troquei de combustível. Tem algum problema?
Antes de começar, é preciso deixar os motoristas mais tranquilos. Não há qualquer problema em trocar o combustível do veículo se ele tem um motor flex. Todo o sistema de alimentação do veículo é feito com a ideia de rodar com os dois combustíveis igualmente.
Motor flex: como abastecer?
De um motor normal para o flex, são poucas as diferenças no abastecimento. A primeira é que você tem que evitar ao máximo deixar o carro rodar na reserva, pois isso pode atrapalhar muito no aprendizado para o caso de decidir trocar de combustível. A segunda é manter sempre o reservatório de partida a frio com gasolina nova, preferencialmente aditivada. Dessa forma, evitam-se problemas na hora de ligar o carro quando o motor ainda está frio e você estiver usando álcool como combustível.
Carro não reconhece o combustível: ensinando ele a reconhecer
A forma mais fácil e rápida para ensinar um carro a reconhecer o combustível é usando um scanner automotivo. Porém, sabemos que muitos não tem tempo para ir a um mecânico passar o scanner ou nem o dinheiro para fazê-lo. Além disso, fazer esse procedimento não é necessário, na grande maioria das vezes, porque há outras formas mais fáceis de ensinar o seu motor sobre o novo combustível.
A primeira forma de aprendizado é relativamente simples. Após o abastecimento com o novo combustível, o motorista vai perceber uma dificuldade na partida e perda do rendimento do motor. Isso é normal, pois o motor ainda não aprendeu a proporção ideal do combustível para queima. Para que esses sintomas sejam sanados, o motorista precisa primeiro deixar o carro ligado em ponto morto por cerca de 1 minuto após o abastecimento. Essa primeira etapa é opcional, porque você pode já passar para a próxima sem problema algum. A segunda etapa (ou primeira, se você pulou a outra) rode pelo menos 5 quilômetros com o carro. Esses procedimentos já devem ser suficientes para colocar o motor funcionando otimamente.
A segunda forma de aprendizado, caso a primeira não tenha funcionado, demanda um pouco mais de paciência e possivelmente, os serviços de um mecânico. Lembrando: não nos responsabilizamos por quaisquer danos ao seu veículo, e se você não estiver seguro sobre o que estiver fazendo, deixe o trabalho nas mãos de um mecânico de confiança. Você terá que deixar o tanque do veículo na reserva, com a chave de ignição na posição stop durante o procedimento de esvaziar o tanque (se for necessário). Depois disso, garanta que a marcha esta em ponto morto e ligue o veículo em marcha lenta por 30 segundos a 1 minuto, deixando a central de injeção atualizar os sistemas sobre o combustível e a quantidade dele presente no tanque. Desligue o veículo e coloque a chave na posição stop. Reabasteça o veículo, usando uma quantidade de combustível que seja superior a 7 litros, 100% gasolina ou 100% álcool, dependendo de qual combustível você quiser passar a usar. Ligue o motor e deixe funcionando na marcha lenta, até o eletroventilador ser acionado pelo menos duas vezes. Faça um teste no desempenho do veículo rodando por, pelo menos, 15 km, e pronto: você tem um veículo com o aprendizado realizado!
Carro continua não reconhecendo o combustível. E agora?
Se nenhuma das duas opções acima funcionaram para fazer seu carro rodar com o novo combustível. é necessário fazer um diagnóstico do sistema de alimentação do veículo para saber o que pode estar acontecendo. Isso pode ser feito com facilidade ao ligar o carro a um scanner automotivo e obter um relatório completo dos sensores e atuadores do sistema de alimentação, para detectar o defeito. Caso mesmo assim ainda seja difícil detectar a causa do problema, os seguintes componentes podem ser verificados para defeito:
Eletrobomba de combustível: pode estar apresentando problemas de vazão e baixa pressurização do sistema.
Bicos injetores ou tubulação de combustível: podem estar obstruídos, com defeito nos componentes eletrônicos (bicos injetores) ou com algum vazamento.
Entrada falsa de ar na admissão ou no escape: a entrada falsa prejudica a mistura de ar/combustível, e resulta numa queima não ideal do combustível, que pode resultar na perda de potência ou mal funcionamento do motor.
Vedação ineficiente na eletroválvula de partida a frio: prejudica, principalmente, a partida do motor quando frio.
Sonda lambda: responsável por informar qual o combustível está sendo queimado no motor para a central de injeção, pode estar apresentando algum defeito ao enviar o sinal.
Motor fora de fase de distribuição: necessário deixar o motor no ponto correto para o funcionamento adequado.
Assentamento de válvulas: quando as válvulas são assentadas incorretamente, elas podem prejudicar o funcionamento do motor e o aprendizado do novo combustível.
Ficou ainda alguma dúvida? Deixe nos comentários suas perguntas e teremos o prazer de responder e te ajudar!
Sobre o autor
O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.
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