Alto preço dos carros carrega herança cultural
O alto preço dos carros é uma constante no Brasil, e dispensa discussões acaloradas, basta uma simples olhada comparativa em números frios. Os mesmos modelos saem por um valor mais elevado do que em outros países, a exemplo do Siena, Honda Civic, Honda City, Fiat Bravo e praticamente todos os outros modelos. Não podendo ignorar os fatores econômicos e sociais que influem para tal diferença, há no entanto um motivo que parece soar mais imponente do que todos os outros.
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A herança que carregam os cidadãos brasileiros desde que culturalmente foram colonizados pelos Estados Unidos. Há uma certa unanimidade de que valores e costumes são importados goela abaixo vide forte propaganda americanista. Aqui não se trata de posição política, mas de constatação objetiva da realidade que se nos apresenta deste modo.
Diferentemente da cultura oriental e mesmo européia, os brasileiros adquiriram fortemente o hábito proveniente dos Estados Unidos baseado na ideologia de consumo a todo preço e custo de bens descartáveis facilmente. Por mais que um carro possa à primeira vista parecer um bem durável em relativas circunstâncias, incute-se a necessidade de troca constante dos veículos. E a estratégia é simples, investir no que mais velozmente pode ser remodelado, trocado, jogado na lata do lixo (quase que literalmente): nada relacionado à funcionalidade, à parte mecânica em si, mas única e exclusivamente o design.
Esse hábito de se ater à superfície faz com que as pessoas estejam constantemente insatisfeitas com seu veículo e corram em busca de outro ao primeiro que aparecer o slogan de novo na concessionária, televisão ou propaganda de interne e rádio. Logo, o preço abusivo cobrado pelos carros tem ligação direta com uma equação primária do livre mercado – quanto mais dispostos a pagar, mais alto poderá ser o valor cobrado. O alto desejo por um produto faz com que seu preço suba de maneira invariável.
Enquanto isto pagamos caro nos carros aqui no Brasil e trocamos de veículo muitas vezes sem necessidade. O vídeo abaixo mostra uma reportagem que fala sobre este assunto, o lucro abusivo das montadoras.
Como a economia só existe porque o mundo dispõe de recursos escassos para desejos insaciáveis, já dizia o célebre economista, a estratégia fácil e direta dos publicitários é incutir nas pessoas desejos cada vez mais descartáveis e involuntários, no sentido de quase pensam estarem fazendo uma livre escolha, estão, na verdade, sob um forte processo de indução.
Sobre o autor
O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.
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Um comentário para: “Alto preço dos carros carrega herança cultural”
Daniel
Resumindo, pagamos caro porque somos trouxas, burros, metidos a espertos e vivemos de aparências… Simples não? E gostamos de ser assim.