O que é Kit de junta do cabeçote! O que vem nele?

Em Dicionário de acessórios automotivos por André M. Coelho

A junta de cabeçote passa desapercebida até que você tenha os sintomas de uma junta de cabeçote queimado. As juntas de um cabeçote tem por função selar todos os gases quentes produzidos durante a combustão, além de manter o líquido de arrefecimento, óleo, e cilindros bem separados, para não haver qualquer tipo de contaminação e prejudicar o funcionamento perfeito do motor. Qualquer vazamento pode ter efeitos graves sobre os componentes do motor e pode causar colapso total do veículo. Quando há sinais visíveis de falha na junta do cabeçote, é melhor substituí-la o mais rapidamente possível.

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Junta cabeçote queimada: sintomas

Superaquecimento do motor e líquido de arrefecimento diminuindo rapidamente – Geralmente, estão associados a junta do cabeçote queimada. Mesmo quando não é a junta do cabeçote queimada o principal problema, pode ter quase 100% certeza, que se o motor está superaquecendo e o líquido está diminuindo, há problemas na junta.

Mistura de óleo de líquido de arrefecimento – Seu óleo tem uma substância pastosa na tampa do reservatório? A cor mudou para mais clara, e o óleo parece mais aguado? Então pode ser que o líquido de arrefecimento está se misturando ao óleo, o que é um sintoma de junta do cabeçote queimada.

Motor perdendo potência/Dificuldade na partida a frio – Quando a junta do cabeçote queima ou tem algum vazamento, os cilindros não conseguem a compressão ideal para dar potência total ao motor. E quando há o vazamento, ele continua com o motor parado, o que “enche” o cilindro com líquidos, que tem que ser queimados antes do motor conseguir pegar.

Fumaça em excesso pelo sistema de escapamento – A fumaça pode ser branca (água) ou pode ser mais escura (óleo). Se for pelo início da manhã, e a fumaça for branca mas parar, é só água de condensação normal. Mas se a fumaça for preta, ou se a fumaça continuar saindo após o motor esquentar, é sinal de que óleo e/ou água estão vazando para a câmara de combustão.

Jatos de água saindo pelos cilindros – Abriu o motor e viu marcas de água no capô? Ligue o carro, e deixe funcionando. Veja se a água está saindo em jatos, quando os pistões funcionam. Quando chegou nesse nível a queima da junta do cabeçote, pode ter 100% de certeza que seu sistema de arrefecimento todo vai precisar de uma boa limpeza e manutenção.

Partes de um kit de junta do cabeçote

Um kit completo de junta do cabeçote, como esse kit da foto para um motor Diesel, vai ter todas as peças que precisam ser trocadas quando há uma queima da junta. (Foto: puredieselpower.com)

Quais são os tipos de juntas do cabeçote?

Juntas de amianto ou grafite fibroso são mais baratas, mas menos duráveis e mais propensas a rachaduras e quebras.

Juntas de material sólido (metálicas) – Tem melhor qualidade, mais durabilidade, mas são mais caras.

Juntas de borracha – Usadas para complementar o selamento do cabeçote, seja nas laterais do cabeçote e/ou tampas do cabeçote.

Juntas líquidas – São pouco usadas para o cabeçote. Devem ser bem aplicadas, ou você pode entupir os canais de água e óleo do motor. Em veículos mais antigos ou com problemas sistêmicos recorrentes de vazamentos de óleo na junta do cabeçote, a junta líquida deve ser usada em combinação com uma junta de material sólido, amianto, ou grafite fibroso.

Kit de junta cabeçote genuíno, original, ou paralelo?

Você também tem sempre 3 opções de tipos de junta para escolher: genuíno, original, ou paralelo.

Kit de junta genuíno – Comercializado pela fabricante do veículo, pela rede de concessionárias. Na maioria dos casos, é o mais caro, mas fabricado especificamente para o veículo no qual a junta será usada.

Kit de junta original – É o kit feito pela mesma empresa que fabrica o kit de junta para a montadora, mas vendido no mercado normal. É o mesmo modelo que é vendido nas concessionárias, só que com a marca da fabricante que fornece peças para a montadora. Geralmente, oferece o melhor custo/benefício para os compradores.

Kit de junta paralelo – É um kit feito por marcas que não fabricam kits para a montadora. Variam muito em qualidade e preço mas são, geralmente, os mais baratos. Em muitos casos, kits de junta paralelos corrigem erros de vazamentos e materiais de má qualidade de kits originais e genuínos, mas tem que pesquisar muito bem para encontrar.

O que vem em um kit de junta do cabeçote?

Quando você queima uma junta do cabeçote, é geralmente um sintoma de um problema maior. E você precisará trocas mais peças além da junta do cabeçote. Um kit completo de junta do cabeçote vem com todas as juntas e partes do cabeçote que estão, com quase 100% de certeza, danificados.

Toda vez que o cabeçote é trocado, também, quando a junta está queimada, é provavelmente necessária uma plaina e limpeza do cabeçote em uma retífica. O que deve ser incluso nessa troca é o valor dos parafusos elásticos do cabeçote, que NÃO podem ser reutilizados, com o risco de quebrarem, causarem vazamentos e fazer com que você tenha que pagar um novo serviço. E não se esqueça de FORÇAR o mecânico a usar um torquímetro, com o torque correto para seu veículo. Ou você vai correr o risco de ter que fazer TUDO de novo, tendo ainda mais gastos.

Vamos então aos elementos que compõe o kit de junta do cabeçote:

Junta do cabeçote

Junta da tampa de válvulas

Junta do coletor de escape

Junta do coletor de admissão

Retentores de Válvulas

Retentores de Comando

Parafusos elásticos (alguns poucos kits)

Vale lembrar que essas partes podem ser compradas separadamente também. Existem, por exemplo, kits com retentores muito ruins, e retentores de boas marcas que podem ser comprados separadamente. Vale a pena pesquisar para comprar peças mais baratas antes de fazer a compra, para encontrar a melhor relação de custo/benefício.

Já teve problema com junta do cabeçote? Como você fez a troca? Comprou um kit de junta do cabeçote ou peças separadas?

Sobre o autor

Autor André M. Coelho

O pai de André já teve alguns carros clássicos antes de falecer, como Diplomata, Chevette e Opala. Após completar 18 anos, tirou carteira de moto e carro, comprando então sua primeira moto, uma Honda Sahara 350. Fez um curso de mecânica de motos para começar uma restauração na moto, e acabou aprendendo também como consertar alguns problemas de carros. Seu primeiro carro foi uma Nissan Grand Livina de 2014 e pretende em breve comprar uma picape diesel. No caminho, vai compartilhando tudo que aprende no site Carro de Garagem.

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